O Papa Francisco lançou nesta segunda feira, 09 de abril, a sua terceira Exortação Apostólica intitulada "Gaudete et exsultate" (Alegrai-vos e Exutai).
Essa exortação é grande convite à Santidade oferecido à todos e todas que se abrirem a ouvir as palavras do próprio Cristo e vivenciá-las cotidianamente contribuindo para construção de um mundo melhor a partir da lógica do Evangelho.
Os mais de 100 pontos percorridos ao longo de pouco mais de 40 páginas são muito mais do que uma mera conceituação sobre o que é santidade. O Papa aponta para o próprio Jesus Cristo que indicou, através do Sermão da Montanha, um caminho a ser percorrido rumo à santidade, mas que não pode ser trilhado isoladamente.
Ao apontar os "inimigos da santidade", o Santo Padre lembra quão prejudicial são aquelas posturas das pessoas que acham que só se chega à santidade pelo mero ato de conhecer as doutrinas, as teorias, ou seja, a teologia, e a filosofia, em si, não fazem as pessoas Santas, é preciso algo mais. Por outro lado, não é o mero ato de vontade individual que nos faz Santos, mas, antes disso, a própria Misericórdia de Deus que nos amou primeiro, portanto, precisamos ter em nosso coração a vontade de sermos Santos, mas não devemos ser egocêntricos, elitistas e ostentadores, ao contrário, devemos amar ao próximo e sermos humildes.
Outro ponto importante apontado na exortação é o perigo de estarmos habituados a um modo de ser Igreja fechado nas quatro paredes dos templos ou salões de reuniões..."Precisamos do impulso do Espírito para não ser paralisados pelo medo e o calculismo, para não nos habituarmos a caminhar só dentro de confins seguros. Lembremo-nos disto: o que fica fechado acaba cheirando a mofo e criando um ambiente doentio". Escreve o papa.
Numa época em que o individualismo se tornou gritante, o Papa, à luz do Evangelho, mostra que o caminho é outro: "a santificação é um caminho comunitário". Ele lembra que nos detalhes da vida cotidiana se pode encontrar oportunidade de experiências do Cristo Ressuscitado e lembra que não se pode ser Santo fechando os olhos para as injustiças e para o sofrimento do irmão: "Não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam folgadamente e reduzem a sua vida às novidades do consumo, ao mesmo tempo que outros se limitam a olhar de fora enquanto a sua vida passa e termina miseravelmente".
A exortação apresentada nesta segunda feira tenta tirar de nossos olhos as traves que nos impedem de ver que não seremos Santos tentando nos refugiar na zona de conforto das nossas Igrejas negando o mundo ao invés de estar nele e viver nele segundo os valores evangélicos assumindo uma postura de amor ao próximo, buscando a Deus, numa intensa oração e com o discernimento para não desperdiçarmos nenhuma das oportunidades que o Senhor nos oferece para sermos pessoas melhores. "Por isso, peço a todos os cristãos que não deixem de fazer cada dia, em diálogo com o Senhor que nos ama, um sincero exame de consciência. Ao mesmo tempo, o discernimento leva-nos a reconhecer os meios concretos que o Senhor predispõe, no seu misterioso plano de amor, para não ficarmos apenas pelas boas intenções". Escreve o Papa.
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